Os personagens são adultos, têm mais de 40 anos; são inteligentes e intelectualizados; gostam de exibir seus conhecimentos. São amigos desde a escola secundária, foram, ou ainda são, namorados ou casados.
Estão na crise da meia idade, tentando conciliar suas naturezas e educação formal com o mundo contemporâneo, em mudança vertiginosa. Não conseguem evitar, seja pela idade, ou pela formação acadêmica, uma visão crítica e sarcástica da modernidade, ao mesmo tempo em que querem experimentá-la e se adequar a ela.
Ana separa-se de Roberto, seu marido há vários anos. Ela tem um relacionamento de muita proximidade com Paulo, seu ex-namorado e agora melhor amigo. Eles tentam retomar seu relacionamento amoroso, mas ambos, em comum acordo, querem ter outras experiências eróticas.
Mais que a trajetória dos personagens, a peça é como um Polaroid, uma foto instantânea do momento social em que vivemos, quando há muitos temas em pauta, sempre suscitando discussões e exigindo a renovação dos nossos pontos de vista.
A peça pretende ser veloz como as transformações que retrata, quando fotografamos algo em movimento é difícil reter os detalhes. Curiosamente, a imagem borrada capturada pela câmera torna-se um artifício para ajudar nossa retina a entender o movimento.